O parto - as minhas expectativas e a realidade
Este é o meu relato honesto e detalhado do meu primeiro parto.
Quase no final da gravidez, escrevi sobre os planos que tínhamos, nessa altura não fazia a mínima ideia de que iria ficar 38 horas em trabalho de parto. Que a dada altura teria de ir para o hospital, embora estivesse preparada para eventual situação.
Por muito que imaginasse a dor das contrações, não sabia quão dolorosas e desesperantes seriam. Não sabia qual era a sensação de as águas rebentarem e de sentir a bebé sair dentro de mim. Que as noites sem dormir, ou a dormir mesmo muito pouco, seriam mais que muitas. Por muito que tenha lido, ouvido e pesquisado, não sabia como seria puxar, respirar, aguentar tanta dor durante e depois do parto. Que amamentar poderia causar uma dor quase insuportável.Pensei, imaginei, mas na realidade quase tudo foi mais doloroso do que eu imaginei. Bem mais. Da mesma forma que, imaginei que seria um mar de emoções fortes, que nenhuma experiência na vida se igualaria à emoção de ver e sentir um bebé sair de dentro de mim e que o amor, esse amor pela criança que nos põem nos braços é inexplicável e avassalador. Que a vida iria mudar para sempre. Pensei, imaginei, mas na realidade tudo isso foi ainda mais intenso, mais maravilhoso do que eu imaginei. Bem mais. E sem dúvida, uma experiência, sensação, emoção e amor inigualáveis. Muito difícil de explicar e que sem dúvida alguma, só quem passa por isto sabe o que é.
Cada mulher e cada parto são diferentes, sim, mas independente da duração, da dor e do tipo do parto, duvido que haja mais alguma coisa nesta vida que seja tão intensa, arrebatadora e recompensadora como o parto e o sentimento de se ser mãe e pai.
Rolhão mucoso
Na quinta feira, dia 5 de Novembro, vou à casa de banho e apercebo-me que expulsei o rolhão mucoso. Sendo que o rolhão sai no final da gravidez, e eu estava com 39 semanas e mais alguns dias, fiquei super feliz. Como qualquer mulher grávida no final da gravidez, já só queria que o bebé nascesse. Chamei pelo meu marido, contei-lhe e ficamos super ansiosos e atentos. Falei com uma amiga que tinha tido bebé na semana anterior e ela disse-me para me preparar que iria entrar em trabalho de parto, muito em breve. Andei bem todo o dia. Há noite, tive insónias e já só adormeci às 05:30am.
Trabalho de parto
Sexta feira, dia 6, dormi cerca de duas horas. Estava muito cansada, acordei por volta das 07:30am e com dores de barriga. Uma dor semelhante às dores menstruais. Não fazia a mínima ideia que já eram contrações. A dor ia e vinha. Comecei a ter dores no fundo das contas, juntamente com a dor de barriga. Liguei à minha amiga e disse-lhe que estava com estas dores. "Ana isso são as contrações a começar!" Eu fiquei super feliz e a pensar - mas isto é que são contrações? Ainda que piorem, não é tão doloroso como eu pensava.
A minha doula chegou passado uma hora e esteve sempre comigo. Assim como o meu marido. As contrações estavam com 15 minutos de diferença e duravam menos de um minuto. A minha Doula sugeriu andar para estimular e acelerar as contrações. Saimos então de casa. Fomos para o centro da cidade, fui parando a cada contração. As dores foram ficando mais intensas. Fomos comprar algumas coisas que nos faltavam, almoçamos no MacDonalds (para satisfazer os últimos desejos) e eu sempre com contrações. Algumas pessoas aperceberam-se e até perguntaram se precisávamos de ajuda.
Voltamos para casa e as contrações ora eram a cada dois minutos como eram a cada dez minutos. Muito irregulares. E, foi assim o dia todo.
Nessa noite, do dia 6, as contrações foram muito irregulares e a partir das cinco da manhã ficaram mais regulares e dolorosas. Entrei na piscina que tínhamos preparado cá em casa. A água quente ajudou inicialmente. As técnicas que a minha Doula usou para me ajudar a concentrar e para aliviar a dor foram óptimas. O carinho e palavras do meu marido foram fundamentais.
Sábado, dia 7 de Novembro. A minha Doula adormeceu, assim como o meu marido durante algumas horas. Eu sempre acordada sempre com contrações. Durante a manhã, usei a bola de pilates, usei a TENS Machine - que ajudou bastante a aliviar as dores nas costas. As contrações continuavam com pouco espaço entre si, mas eu sentia que ainda faltava imenso tempo para a minha bebé sair. Eu estive sempre calma, com imensas dores, mas sempre serena e a respirar fundo. Estivemos sempre a conversar, a ouvir música e tentei sempre me destrair. Às 13:20h estava eu a pintar as minhas unhas, (sim, cheia de dores e a pintar as unhas, mas eu queria me concentrar noutras coisas) as águas rebentaram.
Depois de as águas rebentarem as contrações eram seguidas, minuto após minuto, com poucos segundos entre elas. A dor aumentou significativamente. Eu estava exausta e já estava com dores há bastantes horas, mas nesta altura passou para outro nível.
A parteira chegou por volta das 14:30h. Eu estava na piscina e a chorar imenso, agarrada ao meu marido e a dizer que não ia conseguir. A dor era insuportável. Se tinha estado calma nas últimas 30 horas, agora estava a chorar e só pedia ajuda. A parteira só elogiou o facto de eu ter estado em casa tantas horas, em contrações e que estava admirada com a minha serenidade. Mediu-me a dilatação e disse-me que estava com 3cm. Eu, embora desconfiasse que estava mesmo muito pouco dilatada, entrei em desespero. Só chorava e pedia desculpa por isso. Por ter aguentado tantas horas e por naquele momento não estar a aguentar mais. Recebi muitas palavras de conforto e a minha Doula usou novas técnicas de relaxamento. Eu estava a perder forças e não parava de chorar. Abracei o meu marido e disse-lhe que as dores eram tantas que eu achava que ia morrer. Ele disse-me que estava orgulhoso e que tudo o que estava a sentir era normal. Eu continuei abraçada e as contrações eram tão fortes e a dor era tanta que encostada ao meu marido, fiz uma oração - pedi a Deus que me ajudasse. Que eu pudesse ter a minha filha em segurança e que eu pudesse aguentar tudo o que viesse a seguir. Senti logo em seguida que deveria ir para o hospital. Disse a todos que queria ir, que sentia que era o certo e que queria alívio para as dores. Pedi desculpa, porque estava cansada e que não aguentava mais aquele sofrimento e que não os queria decepcionar, mas que eu não estava a aguentar mais. A minha Doula e parteira ficaram admiradas, pois, achavam que eu estava a aguentar muito bem. Eu não sou pessoa de gritar e de entrar em pânico e talvez por isso, ficaram admiradas com a minha decisão. Mas não era por eu não estar a gritar que não estava realmente desesperada. A ambulância demorou menos de 10 minutos a chegar. Eu sempre a chorar abraçada ao meu marido. As contrações não paravam, eram mesmo dolorosas e eu sentia que ainda faltava imenso para ver a minha bebé.
Na ambulância, peço desculpa pelo trabalho que lhes estava a dar, mas que estava a sofrer muito. O paramédico, que me acompanhou, sorria e começou a fazer perguntas. Eu já não conseguia falar mais, então ele começou a falar com o meu marido. Deu-me o Gás e Ar, que ajuda a relaxar e ajuda a aliviar a dor - eu sempre achei que não iria fazer diferença, mas na verdade ajudou, deixou-me mais desorientada do que aliviou a dor, mas sim, ajudou. Chegamos ao hospital e eu estava mesmo desorientada, o meu raciocínio estava lento. Continuava a pedir desculpa e chorava. Pedia que me parassem a dor. As parteiras/enfermeiras sorriam e diziam que não era preciso pedir desculpa. Eu continuava, abraçava-me a elas e perguntava se estava a ser mal educada e se estava a insistir muito, mas que por favor me dessem algo para a dor. Todas me olhavam, sorriam e davam-me os parabéns por estar tão calma e estar a aguentar contrações há tantas horas, e eu só chorava ainda mais e pensava que não estava calma coisa nenhuma. Pedi epidural. Aconselharam-me a continuar com o Gás e o Ar e que estava a fazer tudo bem. Mas eu insisti. Achei que o Gás e o Ar me estavam a por estúpida, não conseguia falar direito, nem concentrar-me. Mediram-me a dilatação e estava com quase 7cm. O anestesista chegou passados alguns minutos, mas que pareceram horas. Disse-me que a bebé iria nascer a qualquer momento devido à dilatação que eu já tinha e que também por isso a epidural poderia já não fazer efeito. Eu continuava, a chorar a pedir desculpa, mas que queria mesmo alívio da dor. Levei epidural às 16:30h e aliviou bastante. Acalmei, parei de chorar, voltei a sorrir e concentrei-me depois para ter a minha filha.
Tive uma sala de parto enorme, o meu marido e Doula ao meu lado, uma equipa fantástica. Ao lado da minha cama tinha uma janela enorme. A equipa, super atenciosa. Traziam-me tudo o que queria para comer e beber. Sempre a elogiarem o facto de ter estado tantas horas em trabalho de parto e sempre atentas a mim e à bebé ainda na barriga. As dores nas costas pararam completamente e as dores na barriga e corpo eram mínimas. Voltei à serenidade que queria para receber a minha bebé. Senti a bebé a descer cada vez mais e a necessidade de puxar. Coincidência, havia fogo de artifício, exatamente quando comecei a puxar a minha bebé. Todos olhamos lá para fora e não poderia haver melhor timing para o fogo de todas as cores invadir o céu que tão bem se via da janela, para recebermos e festejarmos o nascimento da nossa primeira filha.
A Clara nasceu às 20:26h do dia 7 de Novembro. Com 3,100kg e 50cm. Serena. Pequenina. Saudável. Linda.
O parto começou em casa e acabou no hospital. Foi demorado. Mas eu não mudava nada. Foi assim que aconteceu e era assim que tinha de ser. Não me arrependo das decisões que tomei. O parto correu bem. Honestamente, acho que não poderia ter sido melhor. Não precisei levar pontos. Levantei-me logo em seguida. Passei a noite na maternidade e domingo à hora de almoço vim para casa. Tive uma boa e rápida recuperação.
Posso dizer que é sem dúvida alguma o melhor do mundo. Foi a experiência mais dolorosa e intensa, mas foi a mais maravilhosa e emocionante que vivi.
A Clara tem 5 meses. É a bebé mais calma e querida de sempre.
-Lace-it-girl
Por muito que imaginasse a dor das contrações, não sabia quão dolorosas e desesperantes seriam. Não sabia qual era a sensação de as águas rebentarem e de sentir a bebé sair dentro de mim. Que as noites sem dormir, ou a dormir mesmo muito pouco, seriam mais que muitas. Por muito que tenha lido, ouvido e pesquisado, não sabia como seria puxar, respirar, aguentar tanta dor durante e depois do parto. Que amamentar poderia causar uma dor quase insuportável.Pensei, imaginei, mas na realidade quase tudo foi mais doloroso do que eu imaginei. Bem mais. Da mesma forma que, imaginei que seria um mar de emoções fortes, que nenhuma experiência na vida se igualaria à emoção de ver e sentir um bebé sair de dentro de mim e que o amor, esse amor pela criança que nos põem nos braços é inexplicável e avassalador. Que a vida iria mudar para sempre. Pensei, imaginei, mas na realidade tudo isso foi ainda mais intenso, mais maravilhoso do que eu imaginei. Bem mais. E sem dúvida, uma experiência, sensação, emoção e amor inigualáveis. Muito difícil de explicar e que sem dúvida alguma, só quem passa por isto sabe o que é.
Cada mulher e cada parto são diferentes, sim, mas independente da duração, da dor e do tipo do parto, duvido que haja mais alguma coisa nesta vida que seja tão intensa, arrebatadora e recompensadora como o parto e o sentimento de se ser mãe e pai.
Rolhão mucoso
Na quinta feira, dia 5 de Novembro, vou à casa de banho e apercebo-me que expulsei o rolhão mucoso. Sendo que o rolhão sai no final da gravidez, e eu estava com 39 semanas e mais alguns dias, fiquei super feliz. Como qualquer mulher grávida no final da gravidez, já só queria que o bebé nascesse. Chamei pelo meu marido, contei-lhe e ficamos super ansiosos e atentos. Falei com uma amiga que tinha tido bebé na semana anterior e ela disse-me para me preparar que iria entrar em trabalho de parto, muito em breve. Andei bem todo o dia. Há noite, tive insónias e já só adormeci às 05:30am.
Trabalho de parto
Sexta feira, dia 6, dormi cerca de duas horas. Estava muito cansada, acordei por volta das 07:30am e com dores de barriga. Uma dor semelhante às dores menstruais. Não fazia a mínima ideia que já eram contrações. A dor ia e vinha. Comecei a ter dores no fundo das contas, juntamente com a dor de barriga. Liguei à minha amiga e disse-lhe que estava com estas dores. "Ana isso são as contrações a começar!" Eu fiquei super feliz e a pensar - mas isto é que são contrações? Ainda que piorem, não é tão doloroso como eu pensava.
A minha doula chegou passado uma hora e esteve sempre comigo. Assim como o meu marido. As contrações estavam com 15 minutos de diferença e duravam menos de um minuto. A minha Doula sugeriu andar para estimular e acelerar as contrações. Saimos então de casa. Fomos para o centro da cidade, fui parando a cada contração. As dores foram ficando mais intensas. Fomos comprar algumas coisas que nos faltavam, almoçamos no MacDonalds (para satisfazer os últimos desejos) e eu sempre com contrações. Algumas pessoas aperceberam-se e até perguntaram se precisávamos de ajuda.
Voltamos para casa e as contrações ora eram a cada dois minutos como eram a cada dez minutos. Muito irregulares. E, foi assim o dia todo.
Nessa noite, do dia 6, as contrações foram muito irregulares e a partir das cinco da manhã ficaram mais regulares e dolorosas. Entrei na piscina que tínhamos preparado cá em casa. A água quente ajudou inicialmente. As técnicas que a minha Doula usou para me ajudar a concentrar e para aliviar a dor foram óptimas. O carinho e palavras do meu marido foram fundamentais.
Sábado, dia 7 de Novembro. A minha Doula adormeceu, assim como o meu marido durante algumas horas. Eu sempre acordada sempre com contrações. Durante a manhã, usei a bola de pilates, usei a TENS Machine - que ajudou bastante a aliviar as dores nas costas. As contrações continuavam com pouco espaço entre si, mas eu sentia que ainda faltava imenso tempo para a minha bebé sair. Eu estive sempre calma, com imensas dores, mas sempre serena e a respirar fundo. Estivemos sempre a conversar, a ouvir música e tentei sempre me destrair. Às 13:20h estava eu a pintar as minhas unhas, (sim, cheia de dores e a pintar as unhas, mas eu queria me concentrar noutras coisas) as águas rebentaram.
Depois de as águas rebentarem as contrações eram seguidas, minuto após minuto, com poucos segundos entre elas. A dor aumentou significativamente. Eu estava exausta e já estava com dores há bastantes horas, mas nesta altura passou para outro nível.
A parteira chegou por volta das 14:30h. Eu estava na piscina e a chorar imenso, agarrada ao meu marido e a dizer que não ia conseguir. A dor era insuportável. Se tinha estado calma nas últimas 30 horas, agora estava a chorar e só pedia ajuda. A parteira só elogiou o facto de eu ter estado em casa tantas horas, em contrações e que estava admirada com a minha serenidade. Mediu-me a dilatação e disse-me que estava com 3cm. Eu, embora desconfiasse que estava mesmo muito pouco dilatada, entrei em desespero. Só chorava e pedia desculpa por isso. Por ter aguentado tantas horas e por naquele momento não estar a aguentar mais. Recebi muitas palavras de conforto e a minha Doula usou novas técnicas de relaxamento. Eu estava a perder forças e não parava de chorar. Abracei o meu marido e disse-lhe que as dores eram tantas que eu achava que ia morrer. Ele disse-me que estava orgulhoso e que tudo o que estava a sentir era normal. Eu continuei abraçada e as contrações eram tão fortes e a dor era tanta que encostada ao meu marido, fiz uma oração - pedi a Deus que me ajudasse. Que eu pudesse ter a minha filha em segurança e que eu pudesse aguentar tudo o que viesse a seguir. Senti logo em seguida que deveria ir para o hospital. Disse a todos que queria ir, que sentia que era o certo e que queria alívio para as dores. Pedi desculpa, porque estava cansada e que não aguentava mais aquele sofrimento e que não os queria decepcionar, mas que eu não estava a aguentar mais. A minha Doula e parteira ficaram admiradas, pois, achavam que eu estava a aguentar muito bem. Eu não sou pessoa de gritar e de entrar em pânico e talvez por isso, ficaram admiradas com a minha decisão. Mas não era por eu não estar a gritar que não estava realmente desesperada. A ambulância demorou menos de 10 minutos a chegar. Eu sempre a chorar abraçada ao meu marido. As contrações não paravam, eram mesmo dolorosas e eu sentia que ainda faltava imenso para ver a minha bebé.
Na ambulância, peço desculpa pelo trabalho que lhes estava a dar, mas que estava a sofrer muito. O paramédico, que me acompanhou, sorria e começou a fazer perguntas. Eu já não conseguia falar mais, então ele começou a falar com o meu marido. Deu-me o Gás e Ar, que ajuda a relaxar e ajuda a aliviar a dor - eu sempre achei que não iria fazer diferença, mas na verdade ajudou, deixou-me mais desorientada do que aliviou a dor, mas sim, ajudou. Chegamos ao hospital e eu estava mesmo desorientada, o meu raciocínio estava lento. Continuava a pedir desculpa e chorava. Pedia que me parassem a dor. As parteiras/enfermeiras sorriam e diziam que não era preciso pedir desculpa. Eu continuava, abraçava-me a elas e perguntava se estava a ser mal educada e se estava a insistir muito, mas que por favor me dessem algo para a dor. Todas me olhavam, sorriam e davam-me os parabéns por estar tão calma e estar a aguentar contrações há tantas horas, e eu só chorava ainda mais e pensava que não estava calma coisa nenhuma. Pedi epidural. Aconselharam-me a continuar com o Gás e o Ar e que estava a fazer tudo bem. Mas eu insisti. Achei que o Gás e o Ar me estavam a por estúpida, não conseguia falar direito, nem concentrar-me. Mediram-me a dilatação e estava com quase 7cm. O anestesista chegou passados alguns minutos, mas que pareceram horas. Disse-me que a bebé iria nascer a qualquer momento devido à dilatação que eu já tinha e que também por isso a epidural poderia já não fazer efeito. Eu continuava, a chorar a pedir desculpa, mas que queria mesmo alívio da dor. Levei epidural às 16:30h e aliviou bastante. Acalmei, parei de chorar, voltei a sorrir e concentrei-me depois para ter a minha filha.
Tive uma sala de parto enorme, o meu marido e Doula ao meu lado, uma equipa fantástica. Ao lado da minha cama tinha uma janela enorme. A equipa, super atenciosa. Traziam-me tudo o que queria para comer e beber. Sempre a elogiarem o facto de ter estado tantas horas em trabalho de parto e sempre atentas a mim e à bebé ainda na barriga. As dores nas costas pararam completamente e as dores na barriga e corpo eram mínimas. Voltei à serenidade que queria para receber a minha bebé. Senti a bebé a descer cada vez mais e a necessidade de puxar. Coincidência, havia fogo de artifício, exatamente quando comecei a puxar a minha bebé. Todos olhamos lá para fora e não poderia haver melhor timing para o fogo de todas as cores invadir o céu que tão bem se via da janela, para recebermos e festejarmos o nascimento da nossa primeira filha.
A Clara nasceu às 20:26h do dia 7 de Novembro. Com 3,100kg e 50cm. Serena. Pequenina. Saudável. Linda.
O parto começou em casa e acabou no hospital. Foi demorado. Mas eu não mudava nada. Foi assim que aconteceu e era assim que tinha de ser. Não me arrependo das decisões que tomei. O parto correu bem. Honestamente, acho que não poderia ter sido melhor. Não precisei levar pontos. Levantei-me logo em seguida. Passei a noite na maternidade e domingo à hora de almoço vim para casa. Tive uma boa e rápida recuperação.
Posso dizer que é sem dúvida alguma o melhor do mundo. Foi a experiência mais dolorosa e intensa, mas foi a mais maravilhosa e emocionante que vivi.
A Clara tem 5 meses. É a bebé mais calma e querida de sempre.
-Lace-it-girl
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