Um dia de manhã
“Um dia de manhã, levanto-me
Saio
de casa,
Há um
buraco no passeio,
Não o
vejo
E caio
nele
No dia
seguinte,
Saio
de casa,
Esqueço-me que há um buraco no passeio
E
torno a cair nele.
Ao terceiro dia,
Saio
de casa tendo em mente
Que há
um buraco no passeio.
No
entanto,
Não me
lembro,
E caio
nele.
Ao
quarto dia,
Saio
de casa, fazendo por me lembrar
Do
buraco no passeio,
Consigo lembrar-me,
Mas
não o vejo
E caio
nele.
Ao quinto dia,
Saio
de casa,
Lembro-me que não me posso esquecer
Do
buraco do passeio
E
caminho a olhar para o chão,
E
vejo-o.
Mas
apesar de o ver, caio nele.
Ao sexto dia,
Saio
de casa, lembro-me do buraco no passeio,
Vou-o
procurando com o olhar,
Vejo-o,
Tento
saltá-lo,
Mas
caio nele.
Ao sétimo dia,
Saio
de casa,
Vejo o
buraco,
Sigo o
meu caminho,
Dou um
salto, chego a roçar com as pontas
Dos
pés na beira do outro lado,
Mas
não é suficiente, e caio nele.
Ao
oitavo dia,
Saio
de casa,
Vejo o
buraco,
Sigo o
meu caminho,
Salto
Chego
ao outro lado!
Sinto-me tão orgulhoso de ter conseguido,
Que
festejo dando saltos de alegria…
E ao
fazê-lo, caio outra vez no buraco.
Ao
nono dia,
Saio
de casa,
Vejo o
buraco,
Faço-me à estrada,
Salto,
E sigo
o meu caminho.
Ao
décimo dia,
Dou-me
conta
Que é
mais cómodo caminhar…
Pelo
passeio em frente.”
( Baseado num poema de Rinpoche, Monge
Tibetano)
A mudança, é a alteração de um comportamento, estado ou situação. Pode ocorrer inesperadamente ou premeditadamente. Quantas vezes 'caímos' e voltamos a 'cair'? Vezes e vezes sem conta, precisamente nas situações que sabemos serem 'perigosas'. Muitas vezes preferimos continuar confortáveis na situação em que nos encontramos por medo de mudar. Por vezes, ciclos de comportamento aprendidos no passado repetem-se, afetando a nossa felicidade. Existem alturas, em que queremos mudar algo, mas não fazemos ideia do que iremos encontrar, afinal, ainda que nos magoemos, não sabemos o que aconteceria se mudássemos. Custa mudar, quando desconhecemos a consequência. A nossa adaptação a essas mudanças quer seja no nível profissional, pessoal ou social trazem consequências que poderão afetar-nos psicologicamente, porque o ideal é sempre diferente do real. As mudanças vêm do impulso ao desejo de mudar, transformar, e a princípio melhorar. Quaisquer que sejam as mudanças, todos passamos pelo período de adaptação. Quer as alterações tenham sido voluntárias ou não, temos de nos adaptar [com equilíbrio] às alterações ocorridas, nos mais diversos níveis e etapas da vida. Não nos adaptarmos a tudo também é uma forma de não nos acomodarmos. Mas acima de tudo, devemos ter sempre em conta que: o equilíbrio é fundamental para fazer boas escolhas.
-Lace-it-girl
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