Gosto de ver as fotografias deste dia. Gosto de ouvir as histórias de quem esteve presente. Gosto ler sobre esta revolução. Gosto poder viver num regime de liberdade onde nos podemos expressar, falar, gritar. Não gosto de que quando algo não está certo, por muito que nos expressemos, falemos, gritemos ninguém nos ouvir. Gosto da liberdade. Não gosto de viver num regime de liberdade onde são sempre os mesmos a ter acesso aos meios de comunicação, a falarem/imporem as suas ideias. Não gosto de nunca ser dada a oportunidade do contraditório. Não gosto de ver que são sempre os mesmos a ir para o poder, e esses mesmos decidem o que fazer com o país, sem deixarem alternativas, ou melhor, a única alternativa que deixam é ter que emigrar, tal como no tempo do Salazar. Não gosto deste sistema onde só os ricos têm privilégios. Gosto do meu país. Gosto de Portugal. Não gosto de ver o meu país falido. Não gosto de desânimo e acomodamento. Gosto de saber que pessoas lutaram e arriscaram as suas vidas para defender os seus direitos - o meu/nosso país. Não gosto de ver que o trabalho precário tornou-se regra. Não gosto de ver que não há vontade, em qualquer partido, de acabar com este estado de coisas. Gosto de saber que muitas pessoas, ainda que não sejam todas, continuam a cumprir os objetivos da revolução. Gosto de saber que há quem lute contra o estado de coisas atual, contra a normalização de todas as situações que sabemos erradas. Todos sabemos quais são. Não gosto de ver que o país está a regredir. Não gosto de pensar que o país está (também) moralmente falido e que não consegue dar a volta. Gosto de pensar que o povo não permitirá mais o que é anormal, criminoso e até ilegal, se torne a regra, se torne aceitável.
"O povo unido jamais será vencido"
-Lace-it-girl
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