Adoro perder-me, nas ruas desta cidade [propositadamente]. Respiro. Sorrio. Observo. Fotografo. Dentre ruas e ruinhas, delicio-me. E é assim, ao perder-me que me encontro.
Um bom começo do dia, com o pequeno almoço inglês (melhor apreciado com um apetite enorme). Uma refeição tão cheia de energia, como de colestrol. Sim, eu sei. Mas é tão bom.
Tenho imensos desejos. Desejos de comida. Doces ou salgados. Normalmente fora de horas e por vezes em sítios dificeis de os satisfazer. Ontem, (felizmente em casa) deu-me uma uma vontade enorme de comer panquecas, perto das 22h. Conhecendo-me, tenho o frigorífico e armários preparados para poder cozinhar variadíssimas comidas. Sendo que cansada, cheia de sono, e com desejos, fui para a cozinha fazer panquecas. Comi. Deliciei-me e fui dormir. Que nunca me falte doçura.
Sou feliz por natureza. Sei que já disse, mas é mesmo verdade. Tenho mais dias coloridos que dias cinzentos. Talvez nem sejam dias, são mais propriamente "momentos", espécie de nuvem cinzenta, que paira durante algum tempo na minha cabeça. Muitos me perguntam como consigo ser resiliente. Sim. Como consigo manter a serenidade numa situação de stress, de desilusão, de perda. A verdade é que nem sempre consigo dominar as emoções (ao invés de serem as emoções a dominarem-me), mas na grande maioria das vezes faço-o. Acontece naturalmente. Os escassos momentos com a nuvem cinzenta, no meu mundo colorido, acontecem, como com toda a gente. Vão e voltam. Porque não sei ser triste. Rapidamente tudo fica colorido, sem vestígio de qualquer nuvem e assim permanece por bastante tempo. E é assim que lhe chamo. Substituindo momentos "maus" por "cinzentos", por acreditar que momentos destes também são necessários e que tudo tem um lado positivo. Sou feliz por natureza. Mas agora, neste exato momento, a nuvem está presente. Sinto dores horríveis nas costas. Estou cheia de saudades de imensas pessoas. E nestes momentos de maior cansaço, um pouco da dor vivida há alguns meses, volta para ajudar. Há palavras pronunciadas que foram esquecidas, outras que vão e voltam. Sim. Porque não se entendem. Porque foram cruéis. Quando essas frases regressam e entoam na minha cabeça, tento pensar logo em coisas boas. Mas elas insistem em persistir por mais um bocado. E agora as lágrimas caem-me. Porque tenho de as deixar cair, e relembrar as ditas palavras, para então pensar que graças a isso, estou agora onde estou. A (re)construir a minha vida. Serena. Feliz. A nuvem cinzenta, vai ficar mais alguns minutos. Mas por saber que entretanto se vai, já consigo limpar as lágrimas e escrever... isto. E as frases sempre a entoar. Talvez porque há palavras com o peso de uma bofetada. Ou duas, ou mais. Porque foram feitas juras de amor eterno numa semana e na semana seguinte me foi dito não saber o que se sente. Porque foi dito querer muito ter filhos, e na semana seguinte, ao mínimo sintoma de possível gravidez, me foi dito para abortar (e esta palavra dói-me mais que qualquer agressão física). E choro, choro mesmo. Palavras e mais palavras, com um peso enorme a entoar. Estas e tantas outras. No entanto, quase todas já foram esquecidas. Estas e algumas mais, continuam e penso que demorarão a ser esquecidas. Porque pesam muito. Já perdoei, só vivo o presente e sonho com o futuro e talvez por isso, ao pensar num futuro feliz, na realização de sonhos, a nuvem aparece, quase que como um alerta, para ter cuidado, pelo que já aconteceu. Sendo eu determinada, e consciente do que quero e do que não quero, há frases que vão e voltam, e massacram.Tanta perda, tantas promessas quebradas, tanta inconstância em tão pouco tempo. Frases e atos que permanecem na minha mente por alguns momentos. Vão, mas voltam. Um dia irão de vez. Ficam só as palavras boas, as palavras doces, e o pensamento de que foi bom enquanto durou. O resto foi mau o suficiente na altura, para voltar a ser relembrado agora. Sou feliz por natureza. Os meus pensamentos e linguagem interior são, na maior parte das vezes, positivos. Sim. Acredito na força de pensamento. Infelizmente, agora, a nuvem cinzenta, ou mesmo negra, ainda continua. Porque não sou diferente de ninguém. Tenho os meus momentos de cansaço e de dor, ainda que não demonstre. Sei que a nuvem entretanto se vai, mas vai voltar. E vai ser sempre assim. Depois das lágrimas secarem, começo logo a focar-me nos meus objetivos, na solução dos problemas e de como o meu mundo é lindo e colorido, e nunca serão as nuvens que por vezes aparecem que vão mudar o cenário. E com tudo isto, me exponho, como nunca me expus, neste meu blogue, que tanto gosto. Escrevo, sobre isto e aquilo, sobre nada. Sobre mim. Pequenas frases, pensamentos, fotografias, que vão espelhando o que sou, o que gosto e por onde passo. É o meu diário (publico), e aqui como em tudo, gosto de partilhar o que é bom, o que me faz bem. Mas se este blogue é um pedacinho de mim. Eu também sou isto. Por vezes triste. Nostálgica. Cansada e também quebro alguns limites. Como agora, os da minha intimidade. E não há mal nenhum, por vezes demonstrar isso. Engana-se quem pensa que me conhece por aqui. Engana-se quem pensa que não me conhece por aqui. Aqui, digo tudo e não digo nada. E as lágrimas já secaram. Sinto-me cansada e com fome. As frases deixam de entoar, e pequenos nadas, como cozinhar e comer, ver filmes e conversar, sopram a nuvem e ela começa a ir. Sou feliz por natureza. Sei que já disse, mas é mesmo verdade.
Nascida e criada na Povóa de Varzim. Tenho um orgulho imenso e adoro ser do norte, mas o maior orgulho é mesmo em ser Portuguesa. Neste momento, vivo em Inglaterra e estou a adorar.
Sou uma esposa e mãe muito feliz. Protectora e dedicada. Acho que o melhor da vida, é a família, a que temos e a que construímos. Optimista por natureza, acredito que esta vida tem mais de bom do que de mau, e que se formos bons a vida retribui, mais cedo ou mais tarde. Tenho fé, muita. Acredito que o melhor ainda está para vir. Sou muito abençoada - mais do que mereço. Tenho um coração grato, sempre, muito grato.
Aqui no blogue, tanto registo os eventos mais importantes da minha vida, como dou a minha opinião sobre as coisas mais insignificantes. O meu objectivo é ser sempre honesta no que escrevo, nas minhas convicções e nas minhas dúvidas. Este blogue é para os meus filhos lerem quando crescerem.
Sou completamente apaixonada pelo meu marido, pela minha filha e pelo bebé que está a caminho. Amo a vida. Nasci para ser feliz.
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