Começar o ano com o pé esquerdo

Literalmente com pé esquerdo. Partido. Há coisas que não esperamos que aconteçam, há coisas que não são precisas, atrasam e complicam. Não pensava, de todo, que isto me iria acontecer, logo a começar o ano, e ainda para mais, estando grávida e a dois meses e meio do parto.

Foi um valente susto. Agora, passados alguns dias, penso que podia ter sido bem pior e que muita sorte tive eu. Acordamos de manhã cedo, peguei na minha filha e desci as escadas. Escorreguei nos últimos degraus e para que a minha filha não se magoasse levantei-a e cai mesmo  de barriga no chão e da forma mais estranha. Ouvi logo um barulho - o osso que partiu. A dor foi imensa, mas a minha preocupação era a minha filha, ela estava bem, mas assustada. Acalmei a minha filha primeiro, dei-lhe muito mininhos e depois deixei que a levassem para brincar. Só depois deixei que as lágrimas caíssem, mas por muito que a dor fosse intensa, comecei a pensar se a bebé na barriga estava bem, pensei nas férias que marcamos, nos voos que compramos apenas há alguns dias atrás e que se tivesse partido alguma coisa não poderíamos ir. Com mil preocupações e uma dor imensa, chamamos a ambulância. Uma equipa de três pessoas muito bem dispostas e muito profissionais. 

No hospital analisaram a barriga e aparentemente tudo estava bem com a bebé. Senti-me estúpida e culpada pelo que aconteceu. Não conseguia parar de pensar nas minhas bebés, na que ficou em casa e na que está na minha barriga, no susto que as duas tiverem. Magoava-me mais pensar nelas do que a dor que tinha no pé e perna. O meu marido, como sempre, incansável, com as melhores palavras de conforto e muito mimo. Para as bebés, foi só mesmo um susto, mas para mim o bastante para ficar com o coração apertado. O resultado, foi o tornozelo esquerdo partido. 

A grande preocupação com o facto de estar grávida é que o risco de coágulos no sangue aumenta, aumentou ainda mais assim que parti o tornozelo. Devido ao inchasso e ao gesso, que também dificulta a circulação. Tive uma equipa de excelentes profissionais, que não só trataram do meu pé e analizaram a bebé, mas acalmaram-me o coração. Uma das midwifes, em especial, deu-me a mão, abraços, um sorriso constante, elogios e foi por ela que passei lá a noite, tendo ela chamado os médicos, os que me deram alta e explicou que eu deveria ficar em observação na maternidade. Esta senhora não precisava ter dito e feito o que fez. Fez bem mais daquilo que é o trabalho dela. Bem mais. O meu coração não poderia estar mais grato. Há pessoas mesmo maravilhosas neste mundo e esta senhora é uma delas.

Agora, em casa, o apoio da família e amigos tem sido mais que muito. As dores são muito poucas. O que me incomoda mesmo é eu ter de ficar deitada o tempo todo e das injecções diárias na barriga. Mas tudo isto, para a minha recuperação e prevenir outras complicações. Aos poucos, vou-me adaptando e acalmando. E, ainda não desisti das férias que temos marcadas para a semana, ainda que o médico tenha dito que não. Estou positiva, quanto à recuperação. 


CONVERSATION

2 comentários:

  1. Mas que grande susto! Ainda bem que está tudo bem com as bebés ^_^ Rápidas melhoras!

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  2. Oh, que chatice! Ainda bem que correu tudo pelo melhor e que tiveste o carinho de que precisavas. As melhoras!

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