Diário da primeira gravidez - Parte I

Antes



Eu sempre disse e achei que nasci para ser mãe. O meu marido sempre quis ser pai. Ora bem, depois de um ano de muitas viagens, namoro e diversão, casamos. E, achamos que depois de casar não iríamos tomar qualquer precaução para não ter filhos, uma vez que ambos temos o desejo de ser pais. Não falamos em quando ou qual seria a altura certa. Se eu engravidasse numa semana, num mês ou num ano seria maravilhoso e ficaríamos felizes. Nunca estivemos ansiosos ou preocupados. Já a família, amigos e colegas perguntavam-nos quase que diariamente “Então, para quando um bebé?”, ainda não entendi muito bem a necessidade das pessoas fazerem tal pergunta. Eu sei, o amor é lindo. Toda a gente (ou quase toda a gente) gosta de bebés, mas perguntas dessas não deveriam ser feitas. Acredito que a pergunta é feita com a melhor das intenções, mas a verdade é que há pessoas que não querem ter filhos, não podem ter por alguma razão ou estão a tentar e não conseguem. O que não é e nem foi o nosso caso, mas é uma pergunta inconveniente, ou não? Acho que há uma certa pressão alheia para que se tenha filhos. Nós, sempre respondemos que o bebé vinha quando quisesse vir. 
O que parece uma pergunta simpática e inofensiva, pode na verdade magoar. Há outra forma de o fazer, talvez perguntando aos pais se querem ter filhos. Se querem ou não e quando querem é com cada pessoa e qualquer resposta é válida e correta.


A descoberta



A menstruação atrasou, mas eu também nunca fui regular, portanto desvalorizei. Passadas duas semanas, fiz 3 testes de gravidez na mesma semana e não acusou nada. Passada uma semana, depois de andar com vontade de comer por 3, voltei a fazer um teste. Apareceu uma risca quase que impercetível e a outra bem carregada. Fiquei na dúvida. Mostrei à família e todos disseram que não era nada. Mas aquela risquinha, apesar de bem clarinha, deixou-me na dúvida. Fiz mais um, e outro e mais outro e a risquinha sempre clarinha. Na semana anterior, como uma amiga tinha-me dito que estava grávida, mandei-lhe fotografias dos testes e perguntei o que ela achava. Ela disse “Estás GRÁVIDA. Claro que sim”. O meu marido, comprou-me um daqueles testes que já dizem de quantas semanas e fiz o teste sozinha. Quando apareceu o resultado, dei uma gargalhada e as lágrimas encheram-me os olhos. Fiquei super feliz. Ajoelhei-me e fiz uma oração de agradecimento. Escrevi uma carta ao meu marido e pus o teste lá dentro. Sentimos uma felicidade imensa. Aquele desejo que sempre tivemos a realizar-se.
Ah e claro, as pessoas... Ouço sempre, não podes comer isto, só podes comer daquilo. Não podes trabalhar tanto. Não pegues nisso que é pesado. Não te enerves. Ouve música calma. Cuidado no avião. Bebe muita água. Eu acho piada aos conselhos todos vindos de toda a gente. Todos entendem da coisa e todos me querem proteger. Na verdade, nos proteger. Acho adorável. Mas já ouvi uns quantos disparates. E rio sempre, muito! Imagino como será quando o bebé nascer. 


A gravidez 



Adoro ver mulheres grávidas, com grandes barrigões. Só me apetece dar-lhes miminho. Acho que a cara das mulheres muda, ficam mais bonitas. Com cara de sono - sim, eu adoro caras de sono. Já comigo, estou na fase em que as pessoas ficam na dúvida se eu engordei ou se estou grávida. Tenho aquela barriguinha para fora mas bem pequena. Quando acordo de manhã, mal tenho barriga e no final do dia está um perfeito balãozinho. Quanto à minha cara, para além do ar cansado, não acho que tenha mudado. 

Eu tinha dificuldade em entender as mães que diziam amar serem mães mas que se pudessem pulavam a parte da gravidez. Pois agora, eu entendo. Sempre desejei muito a gravidez, mas não tinha ideia de como pode ser difícil e desconfortável. Nunca pensei, que me passasse pela cabeça arrepender-me de vir a estar grávida. São as hormonas muitas vezes, eu sei, mas nos dias em que tive imensas dores, enxaquecas e vómitos em projeção, passou-me pela cabeça que não iria aguentar. É incrível como o nosso corpo muda e a nossa disposição também. Eu sempre gostei do filme: What To Expect When You're Expecting, agora, ainda mais. Identifico-me com a grávida desesperada. Assim como ela, tenho todos os sintomas e mais alguns. Embora, nas últimas semanas me sinta bem melhor. Dizem que o segundo trimestre é o melhor, no sentido de que os sintomas são menores, o que nos deixa aproveitar o lado bom da gravidez. Assim seja.



-Lace-it-girl







CONVERSATION

2 comentários:

  1. awww adorei o post!! Não sou mais e pretendo ser um dia mais tarde é tão bom ver esse lado da mulher e conhecer mais sobre ele, mal posso esperar que escrevas mais sobre a tua gravidez. :)

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  2. Tão bom :) o importante é que esteja tudo a correr bem e te sintas feliz :)

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